Não foi o mesmo “espetáculo” que aconteceu com Lula da Silva, quando o ex-Presidente do Brasil recebeu o grau de doutor honoris causa da Universidade de Coimbra (UC), mas não deixou de ser calorosa a receção a Xanana Gusmão na Porta Férrea.
Vários alunos timorenses esperavam o primeiro Presidente do país. Um deles fez mesmo questão de lhe colocar uma capa aos ombros. Duas crianças, uma com um ramo de flores e outra com o cachecol da Académica – sempre a Académica – deram as boas-vindas ao líder timorense. No plano mais institucional, Xanana foi recebido pelo reitor da UC, João Gabriel Silva, e pelo diretor da Faculdade de Letras (que lhe atribuiu o doutoramento), Carlos André.
Perante o tradicional grito académico, entoado por estudantes timorenses, Xanana Gusmão sublinhou a “calorosa” receção que teve.
Várias figuras públicas de Timor, de Portugal e de Coimbra estiveram presentes na cerimónia. O ministro da Educação, Nuno Crato, considerou-a “fundamental” para a língua portuguesa, “não só para Timor mas para toda a Ásia”, numa curta declaração aos jornalistas.
O antigo presidente da Assembleia da República, Almeida Santos, o bispo emérito de Dili, D. Ximenes Belo, e o presidente da Câmara Municipal de Coimbra também assistiram, in loco, ao doutoramento de Ray Kala Xanana Gusmão.
Ao som da charamela, e já perto da 11H00, começou finalmente o cortejo que levou Xanana e os catedráticos da UC à Sala dos Grande Atos, onde teve lugar a cerimónia.
O líder timorense esteve sempre ladeado pelo reitor e pelo diretor da FLUC.
Lá dentro, Xanana Gusmão fez um discurso que “fugiu à praxe”. Não escondeu a surpresa quando soube da boa nova, através dum ‘sms’ e a “incontrolável emoção” que sentia na hora de tornar doutor pela universidade onde chegou a cursar Direito.
O discurso centrou-se nas críticas à globalização, que “atrofia as mentes” e deixa “a liberdade subjugada pelos interesses dos poderosos, a democracia violentada para a defesa dos mais fortes, os direitos humanos espezinhados pelos interesses económicos e a justiça restrita aos segmentos mais frágeis de cada país”.´
É necessária uma nova ordem mundial, para a qual serão chamados os alunos da universidade. “Os jovens de hoje são a promessa do futuro. Um futuro necessariamente diferente, um futuro de maior humanismo e de maior justiça social, um futuro de maior respeito mútuo e de verdadeira (…) e esse futuro já deveria ter dado início, como reparação do presente”, afirmou, sob o olhar atento de Eduardo Lourenço, que propôs o seu doutoramento.
José Augusto Cardoso Bernardes, que fez a apresentação do doutorando, lembrou que a “parcimónia” com que a Faculdade de Letras atribui esta distinção, tendo apenas aberto, até agora, duas exceções para distinguir Vergílio Ferreira e José Saramago. Voltou a fazê-lo com Xanana. “E tem boas razões para tanto”, considera: “trata-se, em primeiro lugar, de uma personalidade portadora de um crédito político da maior relevância: impediu a absorção do seu país por uma potência vizinha”.
Mas, além de lutador, foi também escritor e pintor, recordou o docente da Faculdade de Letras. “Pelos seus méritos carismáticos e também pelas metamorfoses que atravessou, Xanana Gusmão pode ser considerado um verdadeiro herói do século XX”, declarou.
José Augusto Cardoso Bernardes frisou também o papel de Xanana na escolha do Português como língua oficial de Timor e comparou o líder timorense a Eduardo Lourenço: “celebremos a feliz circunstância de ver hoje lado a lado o incansável lutador do espírito que é Eduardo Lourenço e o lutador cívico que é Kay Rala Xanana Gusmão”.

Já Sousa Ribeiro, além de elogiar o apresentante (Eduardo Lourenço), falou dos tempos “mais do que nunca difíceis” que a universidade enfrenta. No entanto, apesar das dificuldades, considera deve ambicionar “muito mais do que uma sobrevivência mesquinha e sem horizontes”.
“Momentos como o que estamos a viver nesta sala recordam-nos que essa universidade é possível e que não estamos, na verdade, inapelavelmente condenados ao destino de uma universidade em ruínas”, afirmou.

Depois dos discursos, Xanana recebeu, finalmente, as insígnias que fazem dele o terceiro doutor honoris causa da FLUC, juntando-se a dois nomes maiores da literatura portuguesa: Vergílio Ferreira e José Saramago.
Após os cumprimentos habituais, Xanana Gusmão recebeu o diploma. Depois da cerimónia, falou com os jornalistas, numa conversa onde reforçou o que já havia dito no seu discurso. “Todos nós temos uma quota-parte na mudança deste cenário mundial que não assusta, só revolta”, disse.
Questionado sobre se, nos dias de hoje, ainda se considera um resistente, admitiu que sim, definindo a resistência como “um espírito de desejo de mudança”.
Sobre a distinção ‘Honoris Causa’ pela Faculdade de Letras de Coimbra afirmou sentir-se “pequeno, mas muito honrado”. “Devo confessar que nunca esperei, sinto-me levado a um cume demasiado alto”, sublinhou Xanana Gusmão.
Fotos de Pedro Ramos















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